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Mães de farda

Elas protegem dentro de casa. E protegem nas ruas

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Mães de farda
Mães de farda

Quando o despertador toca às 4h45, a cidade ainda repousa sob o manto da madrugada. Mas na casa da soldado PM Cristina dos Santos Rodrigues, 39 anos, o dia já começou. Ela é mãe de três: Ricardo, 18, um filho especial, Lucas, 4, e Júlia, 2, a caçula que ainda precisa de colo e mamadeira. Antes do nascer do sol, Cristina já passou pela cozinha, separou as roupas das crianças, arrumou lancheira, conferiu mochilas. Tudo precisa estar pronto antes da troca de identidade: de mãe para policial militar.
“Como eu trabalho pela manhã, levanto-me bem cedo. Organizo tudo para eles levarem para a escola, deixo pronto e vou para o quartel. A minha farda fica lá. Visto só quando chego na BM”, conta a mãe soldado. O ritual diário carrega uma simetria comovente: seja com roupas civis ou com o uniforme da Brigada Militar, Cristina é, essencialmente, guardiã. Do lar. Da cidade. “O cuidado e a proteção dos filhos e da comunidade... É proteção em dose dupla”, acrescenta sorrindo.

Serviço, vocação e maternidade

Cristina entrou para a Brigada Militar aos 21 anos, em 2009. Na época, era mãe solo e enfrentava o fim de um casamento. Ricardo, seu filho mais velho, com três anos, teve de ficar em Uruguaiana, com a avó, por alguns meses, para que a jovem mãe pudesse completar o curso de formação policial na capital. “Foi muito difícil. Mas eu precisava disso. Não só por mim, mas por ele”, diz a mãe PM. De lá para cá, Cristina passou por batalhões, atuou na Penitenciária Estadual do Jacuí, e hoje atua na Comunicação Social da Brigada Militar, em Porto Alegre. Cada etapa moldou a profissional — mas também a mãe.
“Ser mãe e ser PM é muito gratificante. Tento levar para o meu trabalho os mesmos valores que ensino aos meus filhos. Quero que tenham orgulho da mãe que têm.”

Uma vida de exemplo

Nos olhos de Cristina, a firmeza de quem já enfrentou dificuldades pessoais, plantões duros e noites mal dormidas. No coração, a doçura de quem ainda prepara lancheira com bilhetinho carinhoso.
“Sempre que entro no quartel, penso nos meus filhos. Quero ser uma policial melhor por eles. Quero que vejam que dá pra fazer as coisas certas, com justiça, com dignidade.”
Seu exemplo inspira não só os filhos, mas os colegas, a vizinhança e todas as mães que, como ela, vivem a rotina intensa da dupla ou tripla jornada, sem renunciar ao amor, da força e da presença.

“Ajudar, proteger, transformar”

Cristina resume sua missão — como mãe e como PM — em uma palavra: ajudar.
“Ajudar, proteger, tentar fazer uma sociedade mais justa, mais digna. Isso me motiva. Isso me move todos os dias.”
Neste Dia das Mães, o nome de Cristina ecoa o de tantas outras mulheres que se equilibram entre o quartel e o quarto dos filhos, entre o boletim de ocorrência e o boletim escolar, entre o dever e o amor.
“Ser mãe e ser PM é responsabilidade, exemplo, entrega. Mas, acima de tudo, é ter amor. Em casa, e na rua.” – Soldado PM Cristina

Ficha da Mãe PM:
• Nome: Cristina dos Santos Rodrigues
• Idade: 39 anos
• Tempo de serviço: 16 anos na Brigada Militar
• Filhos: Ricardo (18), Lucas (4), Júlia (2)
• Atuação atual: Comunicação Social da BM – Porto Alegre

Reportagem especial dedicada a todas as mães de farda — e às mães da comunidade que, como Cristina, fazem da vida uma missão de cuidado coletivo.

Brigada Militar