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Sobre o 4º BPM

4º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR “BATALHÃO CORONEL CAMILO” 

O 4º Batalhão de Polícia Militar foi criado em 21 de fevereiro de 1924 e tem sua sede na Avenida Bento Gonçalves, em Pelotas. o 4º BPM tem esta designação desde 16 de junho de 1970, conforme decreto nº 20.327, quando passou a denominar-se 4º Batalhão de Polícia Militar - "Batalhão Coronel Camilo".
Atua em nove municípios da Região Sul: Pelotas, Arroio do Padre, Capão do Leão, Canguçu, Cerrito, Morro Redondo, Piratini, Pinheiro Machado e Pedro Osório.
São destaques na unidade: “O policiamento Orgânico de suas companhias a 1ª cia que é composta pela Força Tática, Canil e ROCAM 2ª CIA e 3ª CIA, além das Patrulhas Rural, Escolar e Maria da Penha.

Foto 4 BPM
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A Unidade criada no século 19, com fins puramente bélicos e que fazia parte da reserva da Milícia Estadual denominada o 1º Batalhão de Infantaria da Reserva (1ºBIR).

1° BATALHÃO DE INFANTARIA DA RESERVA (1ºBIR)

Antes da criação do 4° B I M (4º Batalhão de Infantaria Montado), a Unidade que deu origem a efetiva atuação da Brigada Militar, em Pelotas, já havia sido criado, nesta cidade, um Batalhão de Infantaria, para atuar como reserva da Brigada Militar, na célebre e fatídica Revolução Federalista, a Revolução de 1893. Foi uma Unidade constituída por políticos civis, simpatizantes do Partido Republicano e pertencentes a sociedade pelotense, que se engajaram na luta contra os federalistas. Ignora-se onde foi formado, bem como onde esteve aquartelado ou acantonado este batalhão da reserva que recebeu o nome de 1° Batalhão de Infantaria da Reserva da Brigada Militar (1º BIR). Comando do 1º Batalhão foi entregue ao SrUtálisLupi, com o posto de Tenente Coronel. O Dr Emílio Leão, como major Fiscal; o Sr José Simões Lopes, como capitão Ajudante; o Professor Affonso Emílio Massot e os senhores Francisco do Nascimento Fernandes, Guilherme Salis e José Pereira Parafita, todos como capitães Comandantes de Companhias. O Coronel Utális Lopes foi barbaramente trucidado, pelos maragatos, na célebre e triste degola do Rio Negro, em Bagé. O Capitão Affonso Emílio Massot veio a se tornar a figura mais importante da nossa Milícia e hoje, com toda a justiça, e para orgulho nosso é o Patrono da Brigada Militar.

Portanto, esta Unidade foi criada e organizada, em Pelotas, e posteriormente foi dissolvida tendo os seus elementos parte sido dispensado e parte sido aproveitada nas fileiras da ativa da Brigada Militar. Nas décadas de 1910 e 1920, atuavam, no serviço de segurança, em Pelotas, forças da Brigada Militar, em forma de um pequeno Destacamento Policial. Ainda não existia nenhuma Unidade propriamente dita. A primeira foi o 4° B I M, no ano de 1924. E que só veio ocupar o prédio da Avenida Bento Gonçalves no ano de l927.

A CRIAÇÃO E INSTALAÇÃO:

No ano de 1924 com o fim da Revolução Assisista e com a assinatura do Pacto pela Paz, em Pedras Altas em 1923, o Governo do Estado preocupou-se com a segurança da Zona Sul do Estado, diante dos constantes movimentos insurrentos que vieram a quebrar acalmaria que reinava desde o fim do movimento de 1893, resolveu estabelecer na região Sul do Estado , uma espécie de ponta de lança, para isso resolveu criar uma unidade da Brigada Militar com base fixa na cidade de Pelotas. Como consequência de um ato governamental nasceu em 21 de fevereiro de 1924, o 4º BATALHÃODE INFANTARIA MONTADO (4ºBIM). Oprimeiro comandante da unidade foi o Coronel Juvêncio


Coronel Juvêncio Maximiliano de Lemos “A pressa, inimiga da perfeição”, também predominava naquela época e, por esta razão, foi primeiro criada a nova fração brigadiana: o 4º B I M e depois é que foram pensar em providenciar nos meios. Havia uma promessa da Intendência Municipal em ceder o prédio de sua propriedade na Avenida Bento Gonçalves 41, mas o mesmo estava, no momento, aquartelando uma Unidade do Exército. No início não havia nenhum local para a instalação da Unidade recém-criada. Contando com o depoimento oral do sargento inativo José Jardim – o ultimo remanescente ainda vivo - na época desta pesquisa – de quando foi criado o Batalhão, que estava com 96 anos de idade e com uma lucidez admirável– por intermédio dele podemos registrar que a criação do 4º B I M, aconteceu nas imediações do Porto, na antiga charqueada ali existente. Posteriormente, o novo batalhão esteve acantonado, precariamente, num prédio situado na Rua Sete de Setembro esquina com a Rua Santa Tecla e posteriormente em vários outros locais que ficaram sem qualquer registro. .
O soldado José Jardim, em 1923 E foi exatamente neste ano de 1927, que aconteceu o deslocamento da Unidade do Exército, que ocupava o prédio da Avenida Bento Gonçalves, para a cidade de Caxias, tendo o Governo Municipal, entregue para a Brigada Militar, aquele próprio, para que ali se instalasse o Batalhão sediado nesta cidade. Desde então o 4ºBIM passou a ocupar o prédio localizado na Avenida Bento Gonçalves nrxx.

1927 – 27º BC (EXÉRCITO NACIONAL)

O prédio que hoje abriga a unidade,localizado na Avenida Bento Gonçalves nr 3207, entre as Ruas Santa Cruz, Almirante Barroso e General Argolo, foi concluído e
entregue no ano de 1898. O prédio foi construído para ser uma cadeia civil, logo a seguir abrigou um destacamento da Brigada Militar denominado 3º Posto Policial, com um efetivo bem reduzido e o Serviço de Extinção de Incêndios. Não se tem registros de quando a cadeia deixou o local, mas o serviço de Extinção de Incêndios foi reorganizado com o nome de Corporação Municipal de Bombeiro e no ano de 1921 mudou-se para outro endereço, para onde foi levado inclusive a torre de vigilância que havia no prédio. Com a saída do Corpo de Bombeiros do prédio da Avenida Bento Gonçalves, o prédio foi ocupado por uma unidade do exército (27º Batalhão de Caçadores - BC), até o ano de 1927. Ano em que o 4º Batalhão de Infantaria Montada (4º BIM) – primeira nomenclatura do 4º BPM, foi instalado no local, onde permanece até os dias atuais. O prédio foi oficialmente entregue no dia 12 de maio de 1927, pelo Intendente Augusto Simões Lopes ao 1° tenente Manoel Nunes da Costa que comandava o Destacamento Policial A cedência do prédio, que ocorreu no ano de 1927, foi ricamente registrada em Boletimnº de 1927, o qual vai reproduzido – (com a grafia da época): “ Quartel do 4º Batalhão de Infantaria Montado Ao ser creado, com sede na cidade de Pelotas, o 4º Btl. I M, a respectiva municipalidade comprometteu-se a ceder ao Estado, para seu quartel, logo que lhe fosse restituido, o edifício que possúe e que se achava ocupado pelo Batalhão de Caçadores do Exército. Tendo em princípios do corrente anno, essa Unidade seguido para a sua séde, na cidade de Caxias, o Dr. Augusto Simões Lopes, Intendente de Pelotas, fez entrega do referido quartel ao 1° Tenente Manoel Nunes da Costa, commandante do destacamento do 4º Btl. naquela cidade, conforme sua communicação, em offício nº 60, de 14 de Maio, ao commandante do Batalhão que, por sua vez, em offício n° 203, de 19 do mesmo mez, transmitiu-me tal communicação, informando que o tenente Costa aguardava, apenas, ordens deste commando para occupar, com o destacamento, o referido quartel. Em telegramma n°15 de 19, tambem de Maio, o commandante do destacamento de Pelotas, respondendo a um telegrammadeste commando, informou que recebera o referido immovel no dia 12. Em consequencia, em telegrama nº 1547 de 21 do mesmo mez, autorizei-o a mudar o destacamento para o quartel recebido. Respondendo ao officio n° 203, de 19 de maio, do commandante do 4º Btl. I.M., dirigi-lhe, em 26 do mesmo mez, sob nº 1220, o officio de têor seguinte: “ Em resposta ao vosso officio n° 203, de 19 do corrente, declaro-vos que já autorizei o commandante do destacamento de Pelotas a fazer a mudança do material deste batalhão, que se acha naquella cidade, e do mesmo destacamento para o quartel ultimamente entregue pelo Intendente do referido município.” A 22 de maio, recebeu este commando o officio sob n° 61, de 14 do mesmo mez, dirigido pelo Cmt. do destacamento de Pelotas e do têor seguinte: “Communico-vos que me foi entregue, no dia 12 do corrente, o quartel que a municipalidade possue na Avenida Bento Gonçalves, pelo sr. Dr. Intendente, Augusto Simôes Lopes. Esse prédio acha-se em relativo estado de conservação , possuindo as installações necessárias. A installação de luz está um tanto estragada, precisando reparos, assim como alguns compartimentos cujo assoalho está esburacado pelos ratos e com taboas despregadas. Assim pois, consulto-vos se posso occupar, já, o referido quartel. No flanco Este, o sr. Intendente reservou duas pequenas peças do pavilhão principal, para uma installação de Radiophonia, ficando taes peças inteiramente independentes, parecendo não prejudicar as commodidades do quartel. Saúde e Fraternidade. Manoel Nunes da Costa, 1º tenente commandante.” Dando conhecimento do assumpto ao Sr. Secretario do Interior, dirigí-lhe, em 28 de maio, o officio sob nº 1235, de têor seguinte: “ Comunico-vos que, a 12 do corrente, foi entregue ao commandante do destacamento desta Brigada, em Pelotas, pelo senhor Dr. Augusto Simões Lopes, Intendente daquellemunicipio, o quartel que a municipalidade possue na Avenida Bento Gonçalves e destinado ao 4º Batalhão de Infantaria Montado, que tem sua sede a referida cidade. Esse predio acha-se regularmente conservado e possue as installaçõesnecessarias, achando-se a da luz electrica um tanto estragada, precisando reparos, assim como o assoalho de alguns
compartimentos que está esburacado pelos ratos. No flanco Este do edificio, o sr. intendente reservou duas pequenas peças, do pavilhão municipal, para uma instalação de radio-telephonia, os quais ficam completamente independentes.” Ainda em 28 de maio e sob o n° 1237 dirigi, a proposito, ao sr. intendente municipal de Pelotas, o officio a seguir : “ O commandante do destacamento desta Brigada, nessa cidade, communicoume que, a 23 do corrente, lhe fizestes entrega do quartel que essa municipalidade possue à Avenida Bento Gonçalves e destinado ao 4° Btl. I. M., ahi sediado. Agradecemos a cessão deste prédio, que vem melhorar consideravelmente a instalação da citada unidade, peço-vos a fineza de me informardes em que condições em que esse municipio fez a cessão do referido estabelecimento. Respondendo o officio retro, o Sr. Intendente Municipal de Pelotas dirigiu a este commando, em 2 de junho, o officio sob n° 400, que a seguir transcrevo: “ Tendo presente vosso officio n° 1237, de 28 do mez findo, e em referencia a elle cabe-me declarar-vos que autorizei a imediata ocupação do quartel municipal da Avenida Bento Gonçalves, pelo destacamento do 4° Btl. I. M., por estar este mal alojado. Para tornar effectiva e officializadaa cessão, aguardo a designação de representante autorizado do Governo do Estado, afim de com elleaccertar as respectivas condições e assignar o competente termo. Apresento-vosmeus testemunhos de alta consideração e apreço. Saúde e Fraternidade. Augusto Simões Lopes. Intendente. Em face da parte final do officio acima, dirigi ao Sr. Secretario do Interior, em 22 de julho, o officioabaixo, sob o nº 1602 “ Conforme vos dei sciencia em officio n° 1235, de 28 de maio último o intendente municipal de Pelotas fez erntrega a esta Brigada, em 12 do mesmo mez, do quartel que a mesma municipalidade à Avenida Bento Gonçalves, o qual foi ocupado pelo destacamento do 4° Batalhão de Infantaria Montado, estacionado naquela cidade. Tendo aquelle Intendente, em officio de 2 de julho último, communicado a este commando que, para tornar efectiva e officializada a cessão desse proprio, aguarda a designação de um representante autorizado do Governo do Estado, afim de com elle acertar as respectivas condições e assignar o competente termo, solicito vossas providencias a respeito.” Solucionando esse officio, a Secretaria do Interior, em officio sob n° 2869/4, de 30 de junho, communicou que o exmoSr. Presidente do Estado exarou naquelleofficio, o seguinte despacho: – Providencie-se. 29/7/27.”” Não tendo sido, entretanto, designado o representante do Governo do Estado para o referido fim, este commando dirigiu ao Sr. Secretario do Interior, em 17 de outubro, o officio n? 2092, do teor seguinte:

“ Reiterando o pedido que vos fiz em officio sob n° 1602, de 22 de junho ultimo, solicito-vos designeis providenciar no sentido de ser designado o representante do Governo do Estado para acertar, com a municipalidade de Pelotas, o accôrdo para a cessão do edificio destinado ao quartel do 4° batalhão de infantaria montado, naquella cidade. Ha necessidade de effetivação deste accôrdo, para que possam ser iniciados os reparos urgentes de que carece aquelleproprio, para a sua conservação. Saúde e fraternidade. (a) Claudino Nunes Pereira. Coronel. Respondendo a este officio, a Secretaria do Interior, dirigiu a este commando o officio n°3295/4, de 19 do mesmo mez e do têor a seguir: “ Em resposta ao vosso officio n° 2092, de 17 do corrente e em aditamento ao de n° 2869, de 30 de junho ultimo, desta Secretaria, communico-vos, de ordem superior, que ficaes autorizado a designar um official dessa corporação para, com o intendente municipal de Pelotas, acertar as respectivas condições e assignar o competente termo de cessão do quartel, que a referida municipalidade possue à Avenida Bento Gonçalves, já occupado pelo destacamento do 4° batalhão de infantaria montado.” De conformidade com essa autorização, designei o tenente coronel instructor João de Deus Canabarro Cunha, engenheiro civil, para, da parte do Governo do Estado, accordar com a municipalidade de Pelotas a cessão ao Estado do quartel de sua propriedade, naquella cidade,para alojar o 4° batalhão de infantaria montado, assignando o respectivo termo, que deveria especificar as condições do quartel, o seu valor actual, bem como dos terrenos que lhe
pertenceu, verificando, tambem, quaes os reparos e concertos de que necessitava aquelleproprio, assim como qualquer outra medida que lhe parecesse conveniente. Apresentando o Tenente Coronel Canabarro ao Sr. Intendente Municipal de Pelotas, dirigi-lhe o officio sob n° 2171, de 3 de novembro, do têor seguinte: “ De conformidade com resolução Exmo. Sr. Presidente do Estado contida no officio junto por cópia, apresento-vos o tenente coronel João de Deus Canabarro Cunha que, da parte do Governo, vai accordar com essa municipalidade a cessão do quartel de sua propriedade ao Estado para alojar o 4° batalhão de infantaria montado desta Brigada e assignar o respectivo termo. S. Exa. deseja que a cessão do quartel e dos terrenos adjacentes seja incondicional, visto que permanecerá sempre ahi uma unidade da Brigada. Reiterando protestos de elevado apreço e consideração, apresento-vos votos de Saúde e Fraternidade. (a) Claudino Nunes Pereira. Coronel.” Communicando a assignatura do termo de cessão do referido quartel, o Sr. Intendente Municipal de Pelotas, dirigiu a este commando o officio n? 721, de 9 de novembro, de têor seguinte : “Contestando vosso officio n° 2171, de 3 do corrente, tenho o prazer de informar-vos que o Sr. Tte. Cel. João de Deus Canabarro Cunha, devidamente autorizado, assignou, hoje, o termo de cessão que faz esta Intendencia ao Governo do Estado de um immovel cito á Avenida Bento Gonçalves n° 1 para aquartelamento de uma unidade da força publica. Forneci ao mencionado official uma cópia do termo subscripto. Logo que a cessão for referendada pelo Conselho Municipal, enviar-vos-ei uma certidão do termo de cessão, bem como planta detalhada do terreno e edifficações que o mesmo se refere. Com este ensejo, apraz-me congratular-me com o Governo do Estado pelo acto que vem de ser praticado, apresentando-vos os testemunhos do meu maior apreço. Saude e Fraternidade.(a) Augusto Simões Lopes. Intendente.”

O termo a que se refere o officio acima é o seguinte: “ Estado do Rio Grande do Sul. Pelotas, Intendencia do Municipio. Diretoria Geral. COPIA – Termo de cessão do edificio e terreno ao Governo do Estado. Aos nove dias do mês de Novembro de mil novecentos e vinte e sete, nesta Diretoria em presença do Dr. AugstoSimôes Lopes, Intendente Municipal, compareceu o tenente coronel João de Deus Canabarro Cunha , como representante autorisado do Governo do Estado. Conforme officio n? 2171, do Comando da Brigada Militar, protocollado na Directoria Geral, sob n° 874 em 4 do corrente, e disso que vinha assignar, como efetivamente assigna, o presente termo pelo qual, ad-referendum do Conselho Municipal, são cedidos ao referido Governo do Estado, sem a menor indemnisação e por tempo indeterminado, as edificações e terrenos sitos à Avenida Bento Gonçalves n°1, para o fim exclusivo do aquartelamento de uma unidade da Brigada Militar nesta cidade. Os próprios municipais assim cedidos são avaliados em 600:000$000 e sob esta base obriga-se o Governo do Estado a fazer o seguro dos mesmos, contra qualquer risco, bem comoobriga-se pela conservação dos mesmos. O edifício cedido, dependências e terrenostem as seguintes delimitações: pela Avenida Bento Gonçalves, 87,85; pela rua Barroso, 108,60; pela General Argolo, 88,50; e pela Santa Cruz 108,35; ou seja uma área total de 9.569 m 70, como se verifica da planta organisada na 2ª Directoria e que faz parte integrante deste termo. Caso o Governo do Estado retire desta cidade, definitivamente, a força da Brigada, voltarão edificios e terrenos mencionados à posse da Municipalidade, sem indenisação, por esta, de qualquer espécie, dos melhoramentos que acaso tenham sido feitos. E por ter ficado tudo bem claro e entendido, o tenente coronel João de Deus Canabarro Cunha, pelo Governo do Estado, e o Intendente dr. Augusto Simões Lopes, pelo Governo do Município, subscrevem este documento ficando o Governo do Estado, desde já, empossado daqueles próprios municipaes. Eu, Alexandre J. de Mendonça, amanuense o escrevi. E, eu, Arthur Hameister, Director o subscrevo (a)Augusto Simões Lopes, Intendente. João de Deus Canabarro Cunha. “ Regressando da cidade de Pelotas, o tenente coronel Canabarro apresentou a este commando, em 21 de novembro, o relatorio que, a seguir transcrevo: “ Dando cumprimento a vossa portaria de 3 do corrente mez, em que, de accôrdo com 0o Exmo. sr. Presidente do Estado, designaste-me para, de parte
do Governo, accordar com a municipalidade de Pelotas a cessão ao Estado do quartel de sua propriedade, para alojar o 4° batalhão de infantaria montado, desta Brigada, assignar o respectivo termo, que deveria especificar as condições do quartel, o seu actual valor, bem como dos terrenos que lhe pertencem; e, ainda, verificar quais os reparos e concertos de que necessitasse aquelleproprio, assim como qualquer outra medida que me parecesse conveniente, declaro-vos o seguinte: Em nove do corrente, assignei com o dr. Augusto Simôes Lopes, intendente de Pelotas, o termo de cessão que aquella municipalidade fez ao Estado, por tempo indeterminado, de um quartel para ser alojado um batalhão da Brigada Militar. O quartel tem sua fachada principal na Avenida Bento Gonçalves e as lateraes nas ruas Barroso e Santa Cruz, sendo o terreno que lhe pertence limitado ao fundo, pela rua General Argolo. A areacomprehendida e edificada é de 9569 M2 e 70. Os prédios e terrenos foram avaliados em 600:000$000 (seiscentos contos de réis). Parece-me ser razoavela avaliação, visto Ter sido de trezentos contos o seu custo primitivo, exceptuados os pavilhões para alojamento de duas companhias, o pavilhão sanitario, um grande galpão de madeira para depósito de materiaes e um galpão tambem de madeira para baias construido pelo 26° B. C., e o acrescimo de outro tanto de terreno, quando o referido proprio foi cedido ao Governo Federal. Ora, o valor primitivo, mais as construções feitas pelo Governo Federal e que montam a mais de 100:000$000 juntos ao valor do terreno ( mais de 200:000$000), ultrapassa aquella cifra, sem levar em conta a grande valorisação da construção predial ultimamente verificada na cidade de Pelotas. São boas as condições actuaesdo quartel, necessitando apenas ligeiros reparos, como sejam: retelhamento de uns 25 a 30 metros quadrados em um dos pavilhões novos, retelhamento de mirante que encima a entrada principal, reconstrucção das baias, tudo damnificado pelo grande temporal que desabou sobre aquella cidade em dias do mez de julho p. passado: necessita ainda de uma caiação geral interna e de pequenos reparos de algumas partes do assoalho. Verifiquei que há falta de espaço no interior do quartel para os exercicios de educação physica e para os de ordem formal, não havendo nas proximidades terrenos baldios onde se possa executar essas partes da instrução. Entretanto, bem junto do quartel, na esquina da Avenida Bento Gonçalves com a Rua Barroso, existe uma quadra inteira de terrenos não edificados e que, estando cercada, é unicamente occupada por um tumulo. A meu ver, haveria interesse, por parte do Estado, em adquirir taes terrenos, visando remediar as lacunas acima apontadas, relativamente ao espaço necessário à instrução da tropa, bem como o seu aproveitamento futuro para outros mistéres que não collidam com o fim que ora se lhe aponta. São estes, sr. Coronel, os esclarecimentos que, com prazer, vos sou obrigado , dando por finda a missão que me confiastes. Entretanto estarei sempre às vossas ordens para quaesquer outros que desejardes. Saude e Fraternidade, (a) João de Deus Canabarro Cunha. Tte. Cel.” Tendo recebido o relatório acima, dirigi, em 23 de novembro sob n° 2265, ao sr. Intendente Municipal de Pelotas, o officio seguinte: “ acusando o recebimento do vossos officio sob n° 721, de 9 do corrente, scientifico-vos que, nesta data, submeti à aprovação do Governo do Estado o termo lavrado entre essa municipalidade e o tenente coronel João de Deus Canabarro Cunha, como representante do Estado, para a cessão do edificio e respectivo terreno, destinado ao aquartelamento do 4° batalhão de infantaria montado desta Brigada. Em officio, tambem desta data, solicitei ao sr. Secretário do Interior que seja effectuado o seguro contra o fogo do referido edificio, de accôrdo com o citado termo. Congratulo-me comvosco por essa cessão,que virá melhorar o conforto e o bem estar do pessoal daquelle batalhão e sirvo-me da oportunidade para apresentarvos o testemunho do meu melhor apreço e perfeita consideração.”

Em officio n° 2271, de 24 de novembro, submetti à aprovação do sr. Secretario do Interior o termo lavrado, o qual, submettido à consideração do exmo.sr.
Presidente do Estado, foi aprovado, conforme communicação da Secretaria do Interior, em officio n° 3634/4, de 6 de dezembro ultimo. Como uma das clausulas do termo decessão do edificio em apreço estipulasse que o Governo se obrigaria a fazer o seguro do mesmo , contra qualquer risco, dirigi, sobre o assumpto, em 24 de novembro, ao sr. Secretario do Interior, o officio sob n° 2272, a seguir transcripto: “ Resando uma das clausulas do termo de cessão do edificio, feita pela municipalidade de Pelotas ao Governo do Estado, para aquartelamento do 4° batalhão de infantaria montado, que “ os propriosmunicipaes assim cedidos são avaliados em 600:000$000 e sob essa base obriga-se o Governo do Estado a fazer o seguro dos mesmos contra qualquer risco... “solicito vossas providencias no sentido de ser feito o respectivo seguro contra fogo, com exclusão dos terrenos e alicerces do edificio. Com esta exclusão a base de 300:000$000 para o seguro parece-me razoavel, visto que o tenente coronel João de Deus Canabarro Cunha avaliou somente os terrenos em mais de 200:000$000.” Solucionando este officio, oExmo. Sr. Presidente lançou o seguinte despacho: “ Opportunamente, conforme communicação à Secretaria do Interior em officio n° 3642/4, de 7 de dezembro ultimo”




1. DENOMINAÇOES AO LONGO DE SUA EXISTÊNCIA:

4º Batalhão de Infantaria Montada (4º BIM), de 21 de fevereiro de 1924 a 07 de outubro de 1930: O 4º BIM foi criado em consequência dos reflexos do período belicoso da Revolução Asisista. E depois de haver participado de algumas campanhas pelo interior do Estado, ficou sem efetivo no ano de 1928. Ao ser criado, em 1924, o Batalhão foi de imediato transformado em um Destacamento Voluntário, sob o comando do Cel Juvêncio, ficou a disposição da IIIª Região Militar, participando do 319° Corpo Auxiliar. Enquanto o Batalhão passava por esta transformação – Destacamento – a Unidade, em Pelotas, era transformada em destacamento policial, ficando responsável pelo seu comando, o major Emerenciano Luiz Braga. O Governo do Rio Grande do Sul, no ano de 1930, necessitando de um suporte para as suas pretensões políticas, resolveu fazer uma remodelação nas Unidades da Brigada Militar, renomeando algumas e completando o efetivo de outras. E ao 4º BIM, até então sem efetivo, foi completado em seu total e mudou de nome: passou a ser chamado somente de 4º Batalhão de Infantaria (4º B I). O Batalhão de Infantaria Montado, desde a sua criação até o ano de 1930, esteve envolvido em váriosmovimentos bélicos no Estado.

4º Batalhão de Infantaria (4º BI) de 07 de outubro de 1930 a 20 de abril de 1936: O ano de 1930 foi um ano de muitas inconstâncias políticas, a Brigada Militar sofreu inúmeras modificações e alterações em seus quadros, tendo em vista o novo movimento bélico que se vislumbrava. Havia uma preparação política que visava a tomada do poder federal pelo político gaúcho Getúlio Dornelles Vargas. E assim no dia 7 de outubro de 1930, conforme o Decreto N° 4581, baixado pelo Governo Federal, o 4º Batalhão de Infantaria Montado (4º B I M) muda de nome e passa a denominar-se 4º Batalhão de Infantaria (4º B I), tem o seu efetivo novamente completado, em 14 de outubro, com a transferência da 2ª Cia do 2º Batalhão de Infantaria que se encontrava prestando serviço de guarnição na cidade de Rio Grande. Ficando, desta forma, preparado para participar da revolução que se avizinhava com o objetivo de levar Getúlio Vargas ao poder. Só que desta vez não chegou a participar do movimento bélico, que outras Unidades da Brigada se viram envolvidas. Quando da mudança de nome, o Batalhão já ocupava o prédio da Avenida Bento Gonçalves que, na época, tinha o número 41. Tendo em vista uma determinação do ExmoSr Interventor Federal do Estado para que o serviço de policiamento, em todo o Estado, fosse feito pela Brigada Militar, a partir de 12 de janeiro de 1931 o Batalhão passou a ser responsável pelo policiamento nos seguintes Municípios: Pelotas, Rio Grande, São José do Norte, Santa Vitória do Palmar, Jaguarão, Arroio Grande, Canguçu, Pinheiro Machado, Piratini, Herval, e São Lourenço do Sul. Para esta demanda no serviço policial o Batalhão tinha um efetivo de 497 homens Por ocasião da transformação (de 4º BIM para 4º BI) estava no comando o Ten Coronel Felício Augusto de Almeida, que foi substituído pelo TenCel José Rodrigues Sobral, em 13 de outubro de 1930 e que, por sua vez, foi substituído pelo TenCelMirandolino Machado, em 14 de fevereiro de 1931.

4º Batalhão de Caçadores (4ºBC), de20 de abril de 1936 a 17 de maio de 1961: No ano de 1936,em conseqüência do movimento extremista que grassava em todo o país, novamente a Brigada Militar passou por alterações quanto às denominações das Unidades de infantaria que passaram a ser batalhões de caçadores. E o batalhão passou a ser conhecido por 4° B C (4° Batalhão de Caçadores). Era Comandante, por ocasião da transformação, o Cel Agenor Barcellos Feio, que mais tarde veio a ser Comandante Geral Até a nova transformação em 3º RPRmont em abril de 1961, foram comandantes efetivos do 4º B C, os cel Agenor Barcelos Feio e Tenentes Coronéis Pedro Jose Martins Tourinho, Justino Marques de Oliveira Filho, Carlos Guasque de Mesquita, Camilo de Moraes Dias, Mozart Ferreira, Alcides Pereira, Waldo Barbosa Gonçalves de Menezes, Manoel Monteiro de Oliveira, Aldo Cortez Campomar e Fábio Pereira Gomes

3º Regimento de Polícia Rural Montada(3º RPR Mont ), De 17 de maio de 1961 a 18 de dezembro de 1968: O abigeato foi sempre um dos delitos que se constituiu numa das maiores preocupações, principalmente na faixa de terreno conhecida como zona rural da metade sul do Estado. E este desassossego trazia uma inquietação, sem limites, para os órgãos da Segurança. Surgindo daí a ideia de que, para um atendimento mais eficiente,para combater o abigeato, nesta zona rural, o ideal seria dispor de uma Unidade de cavalaria. E, desta forma, foi criado, no dia 17 de abril de 1961, o 3º Regimento de Polícia Rural Montado (3º RPRMont), sediado nesta cidade de Pelotas, em substituição ao 4º Batalhão de Caçadores (4º B C) que passou a ocupar uma área imensa que abrangia os seguintes municípios: PELOTAS (sede), São Lourenço, Camaquã, Tapes, Barra do Ribeiro,
Guaíba, Pântano Grande, Rio Pardo, Minas do Butiá, Minas dos Ratos, Minas do Leão, São Jerônimo, Encruzilhada do Sul, Pedro Osório, Canguçu, Pinheiro Machado, Bagé, Arroio Grande, Jaguarão e Santa Vitória do Palmar. A nova unidade recebia a incumbência de executar, em toda a sua área, o serviço de policiamento rural e urbano e para isso passou a contar com o efetivo lotado de cada município que recebeu, na transição. Por ocasião da transformação (de 4º BC para 3º RPRMont) estava no comando interino o Capitão Alberto Rosa Rodrigues até ser substituído pelo Major GomercindoFisch, comandante nomeado e que assumiu em 1º de agosto de 1961.

4º Regimento de Polícia Rural Montada(4º RPR Mont ), De 18 de dezembro de 1968 a 15 demaio de 1970: Na década de 60, a Brigada já havia assumido, por lei, o policiamento ostensivo do Estado (1967). Quando ocorreu (em 1968) uma nova reestruturação nos quadros, e a Unidade passou a ser chamada, em 18 de dezembro de 1968, de 4° R P R Mont (4° Regimento de Polícia Rural Montado). Nesta oportunidade foram instituídos patronos para as unidades e o 4° R P R Mont recebeu como patrono o nome do CelMirandolino Machado, que foi um dos primeiros comandantes da Unidade e o grande e vitorioso condutor do Batalhão, na Revolução de 1932. Era comandante o TenCel Cícero de Sousa Dias, que comandou até 30/05/969 quando passou o comando para o TenCel Esaú Alvorcem Em 1970 houve nova transformação da Unidade, quanto a nomenclatura, o 4º RPRMont, , foi sediado em Porto Alegre levando consigo o nome do patrono. E a Unidade, em Pelotas passou a chamar-se 9º Batalhão Policial, a partir de 15 de maio de 1970. Continuava no comando, quando da troca de nomes, o TenCel Esaú Alvorcem.


9º Batalhão Policial (9º BP) de 15 de maio de1970 a 16 de junho de 1970: Novamente a Corporação passou por alterações em seus quadros, e passou de Regimento de Cavalaria, para Batalhão Policial e mudou o nome para 9º Batalhão Policial (9° B P), em 15 de maio de 1970. Mas esta nova denominação terminou causando alguns contra tempos e algumas confusões nas comunicações, tendo em vista que já existia uma Unidade do Exército com o mesmo número (9° B I); E quando foi constatado o que poderia causar futuros problemas, foi mudado o nome da Unidade, para 4° B P M, coincidindo, essa nova mudança, com as alterações que vinham sendo implantadas em toda a Brigada. A Unidade conserva esta denominação há mais de 42 anos. Igualmente, também, mudou o nome do Patrono que passou a ser Cel Camilo. Nesta nova troca, ocorrida um mês depois, continuava no comando o TenCel Esaú Alvorcem.



4º Batalhão de Polícia Militar (4ºBPM) de 16 de junho de 1970 a até os dias de hoje: A Unidade que foi criada com a denominação de 4° Batalhão de Infantaria Montado, em 1924, com o passar dos tempos foi recebendo novas denominações e atualmente tem o nome de 4° B P M (4° Batalhão de Polícia Militar). Foi seu primeiro Comandante, com essa denominação, o TenCel Esaú Alvorcem. 



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